evangelho-de-marcosAutoria
– O primeiro dos evangelhos a ser escrito deriva seu nome de João Marcos.
– Papias, pai da Igreja antiga, segundo se sabe, disse na primeira metade do século II d.C. que Marcos anotou cuidadosamente, em seu evangelho, as reminiscências de Pedro sobre a vida e os ensinamentos de Jesus, embora nem sempre em ordem cronológica ou retórica (eloquente), portanto o seu propósito era o da instrução espiritual, e não fazer uma crônica artística dos acontecimentos.
– Irineu, Clemente de Alexandria, Orígenes e Jerônimo confirmam a autoria de Marcos, em associação com Pedro.
– Embora a ordem do material de Marcos pareça ser cronológica em suas linhas gerais, palavras chaves e similaridade de assunto com frequência formam o princípio de arranjo no que concerne a relatos e declarações isolados.

Ação
– Marcos é o evangelho da ação, e não dos longos discursos. Enfatiza os milagres de curas e exorcismos.
– “Imediatamente” ou “logo”, ou alguma expressão semelhante é a palavra chave.
– À narrativa da paixão, da morte e da ressurreição de Jesus, Marcos devota um espaço desproporcionalmente grande.

Propósito e Plano
– Questão do “Segredo Messiânico” (por exemplo, Mc 8.30).
– É perfeitamente compreensível por qual razão Jesus teria suprimido a publicidade em torno do Seu caráter messiânico: (1) os judeus concebiam erroneamente o Messias como uma personagem político-militar, excluindo a ideia de Sua redenção espiritual – assim Jesus referiu-se à Sua paixão e morte em termos do Servo sofredor do Senhor (referência a Is 52.13-53.12); (2) se Jesus houvesse encorajado a publicidade em torno de Seu papel messiânico, quase certamente ter-se-ia arriscado a ser imediatamente encarcerado e julgado – assim, pois, Ele ganhou tempo e evitou o final prematuro de Seu ministério, mediante aquela supressão de publicidade.
– O propósito provável de Marcos é evangelizador; constrói seu evangelho de modo bastante simples.

Data
– Década de 50 ou fim da década de 40 d.C.

Destinatários e Local de Escrita
– Provavelmente escrito em Roma para leitores romanos: (1) traduziu expressões em aramaico para benefício de seus leitores (3.17; 5.41; 7.34; 14.36; 15.34); (2) esclareceu expressões gregas com seus equivalentes latinos (12.42; 15.16); usou outros termos latinos; (3) menção de Rufo em 15.21, o qual, de acordo com Romanos 16.31, vivia em Roma; (4) a presença de Marcos em Roma (simbolicamente chamada “Babilônia”), de acordo com 1 Pe 5.13; (5) a combinação da declaração de Papias no sentido que Marcos foi o intérprete de Pedro com a antiga tradição sobre o martírio de Pedro em Roma; declarações feitas por Clemente de Alexandria e Irineu.
– Não alude aos antepassados de Jesus; os seus leitores gentios pouco interesse haveriam de ter pela genealogia de Jesus.

Fonte: “Panorama do Novo Testamento”, de Robert H. Gundry.

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