Tema
A justiça somente pode ser recebida mediante a fé em Jesus Cristo. O homem é muito pecaminoso para merecê-la.

Verso Chave
Romanos 1.16-17

O Escritor
Paulo, o apóstolo. Sua autoria é virtualmente incontestável.

– A introdução à carta confirma Paulo como seu autor (Romanos 1.1);
– Os pais da igreja primitiva unanimemente aceitavam a autoria paulina;
– Pedro, o apóstolo, o qual aceitou todas as cartas de Paulo como Escritura (2 Pedro 3.15-16), é fortemente influenciado pelos escritos de Paulo; por exemplo, há várias semelhanças entre Romanos 12 e 1 Pedro.

Histórico
A igreja em Roma não foi fundada por Paulo. Na época em que estava escrevendo a carta, ele ainda não havia visitado Roma; isto somente aconteceria depois de sua prisão em Jerusalém. Todavia, ele tinha muitos amigos em Roma e fizera algumas tentativas de visitá-los, mas sem sucesso (Rm 1.13). A epístola aos Romanos foi levada à Roma por Febe (Rm 16.1). Febe foi uma diaconisa da igreja em Cencréia, perto de Corinto.
A Roma do Novo Testamento era o centro do mundo. Uma metrópole cosmopolita com uma população próspera e agitada – o centro de todo governo e poder.
Roma já estava com 800 anos, mas agora alcançara sua era dourada. A riqueza do império era usada em prédios públicos, excessos materiais e todo prazer conhecido ao homem.
O antigo ditado ‘todos os caminhos levam à Roma’ estava longe de ser figurativo. Paulo sabia que uma vez em Roma, o coração do império, então, o cumprimento de Atos 1.8 seria inevitável.
Na época desta epístola, 56 d.C., Nero era o imperador, mas ele não era uma ameaça aos cristãos nestes primeiros dias do seu reinado.
Muitos creem que Pedro fundou a igreja em Roma, mas não há nenhuma evidência a respeito disso. Seutônio, o historiador romano, registrou que o imperador Cláudio expulsou os judeus de Roma em 49 ou 50 d.C. por causa ‘do tumulto instigado por um Crestos’ (Latim para ‘Cristo’). Isto indicaria que o cristianismo alcançara Roma na altura de 49 d.C. quando Pedro ainda estava em Jerusalém e envolvido no Concílio de Jerusalém. Se Pedro estivesse envolvido com a igreja romana, então Paulo teria mandado uma saudação a ele na carta. Parece que a igreja em Roma começou quando judeus romanos convertidos ao cristianismo retornaram à Roma depois do Pentecoste (Atos 2.10). Priscila e Áquila estiveram na igreja até a época da expulsão sob Cláudio, indo então para Corinto (Atos 18.2). Muitos dos que foram expulsos, incluindo Priscila e Áquila, teriam retornado na época da morte de Cláudio, em 54 d.C.
Há muita discussão entre os estudiosos se a igreja em Roma foi predominantemente judaica ou gentílica. Por um lado, há o conteúdo judaico dos capítulos 9-11 e as discussão sobre lei versus graça; todavia, em Romanos 11.13, Paulo endereça “…a vós que sois gentios. Visto, pois, que eu sou apóstolo dos gentios…”. É minha opinião que Paulo está escrevendo a uma
congregação misturada, com exortações tanto para crentes judeus, como gentios, e forte referência à sociedade pagã que os circundava.

Data e Lugar
Paulo estava escrevendo de Corinto. Sabemos disso porque ele acabara de levantar uma oferta para os cristãos em Jerusalém das igrejas na Grécia (Rm 15.26) e Paulo estava com Gaio (Rm 16.23), um convertido que batizara em Corinto (1 Co 1.14).
A carta é muito fácil de datar pois foi escrita no final da terceira viagem missionária, no término da estadia de Paulo de três meses em Corinto em 56 d.C.

Propósito Imediato
Paulo queria que os cristãos romanos soubessem que ele não estava negligenciando-os; ele queria ir lá e faria isso num futuro breve. Paulo também queria assegurar-se de que a igreja estava andando na sã doutrina, nem sendo influenciada pelos elementos judaizantes, nem sendo influenciada pelo paganismo dos gentios. Ele usou a ocasião para advogar fundamentos bíblicos da justificação pela fé e formou um credo para o cristianismo, o qual ele possivelmente esperava tomar-se um manifesto, tanto ao governo romano, como à comunidade cristã.
Ele também queria enfatizar que o cristianismo não era nem uma seita judaica, nem um complô politicamente subversivo; ele deu tudo de si para revelar que os cristãos eram cidadãos que cumpriam a lei (cap. 13).

Características Principais
Apesar de ser reconhecido como o grande livro de doutrina, Romanos não é difícil de se ler. O capítulo 8 é possivelmente a maior passagem em toda a Bíblia, você deve lê-lo repetidas vezes.
As doutrinas principais abordadas no livro de Romanos são pecado, santificação, justificação, propiciação e reconciliação. Naturalmente, outras doutrinas, tais como adoção, fé e glorificação são também abordadas.
Você perceberá muitas semelhanças entre Gálatas e Romanos. Gálatas foi escrita para opor-se aos judaizantes da igreja do sul da Galácia em 48 d.C. e Romanos, escrita 8 anos depois, expande os temas estabelecidos em Gálatas.
Porque Romanos é tão importante, gostaria de registrar declarações a seu respeito de alguns dos maiores líderes e teólogos da história. As seguintes foram extraídas do livro de Scroggie, ‘The Unfolding Drama of Redemption’, um livro que recomendo:
Alford: ‘A maior obra de S. Paulo.’
Coleridge: ‘O escrito existente mais profundo.’
Godet: ‘A maior obra-prima que a mente humana pôde conceber e realizar; a primeira exposição lógica da obra de Deus em Cristo para a salvação do mundo.’
Lutero: ‘A parte principal do Novo Testamento, o evangelho perfeito.’
Calvino: ‘Todo cristão devia alimentar-se dele como pão para sua alma.’
H. Meyer: ‘A maior e mais rica de todas as obras apostólicas.’
Tholuck: ‘Uma filosofia cristã da história humana.’
Farrar: ‘E inquestionavelmente a declaração mais clara e mais plena da doutrina do pecado e da doutrina da libertação, colocada pelo maior dos apóstolos.’

Esboço

1. PECAMINOSIDADE DE TODOS OS HOMENS – 1.16-3.20
Todos os homens são pecaminosos, sejam gentios ou judeus. O gentio, que tem ampla evidência da existência de Deus, tanto através da criação, como da lei interior do coração, também será julgado. Ambos são culpados pois a justiça é somente mediante a fé em Jesus Cristo.

2. JUSTIFICAÇÃO DOS CRENTES EM JESUS – 3.21-5.21
A morte expiatória de Jesus é a base da justificação (3.21-26). A fé é o meio de obter-se a justificação: fica excluída a jactância humana devido às boas obras, e exemplos vetero-testamentários em Abraão (especialmente) e Davi (3.27-4.25). As muitas bençãos da justificação (5.1-11). Contraste entre Adão, em quem há pecado e morte, e Cristo, em quem há justiça e vida (5.12-21).

3. SANTIFICAÇÃO DOS CRENTES EM JESUS – 6.1-8.39
O batismo representa nossa identificação com a morte e ressurreição de Jesus – morrer ao pecado e ressuscitar para a justiça. Escravidão à justiça através da tentativa de guardar a lei tem o mesmo efeito que escravidão ao pecado (cap. 6).
Paulo reflete que sua própria escravidão à lei produziu culpa, pecado e condenação (cap. 7). Mas as boas novas são que “não há nenhuma condenação àqueles que estão em Cristo Jesus”. Assim triunfamos em Cristo e nunca somos separados do amor de Deus em Cristo Jesus (cap. 8).

4. INCREDULIDADE DE ISRAEL – 9.1-11.36
A presente incredulidade de Israel tem um propósito. Devem ver que a justiça auto-produzida não é aceitável a Deus (caps. 9-10); por enquanto, os gentios foram enxertados na árvore da bênção, mas haverá a hora de Israel (cap. 11).
Uma palavra de alerta. Alguns mestres insistem que o Israel natural não é diferente de qualquer outro país, e que a igreja é agora Israel. Ao ler o capítulo 11 cuidadosamente, juntamente com as profecias de Isaías, Zacarias e outros, não podemos evitar a conclusão de que Israel se tornará um centro do foco mundial nestes últimos dias e que Deus não o esqueceu.
Temos liberdade para espiritualizar a escritura somente quando a Bíblia assim o faz – Romanos 11.25b-26a diz: “…veio endurecimento em parte a Israel, ate’que haja entrado a plenitude dos gentios. E assim todo o Israel será salvo, como está escrito…”.

5. VIVER CRISTÃO E CONCLUSÃO – 12.1-16.27
Consagração, ministérios na igreja, amor dentro da igreja e relacionamentos fora da igreja (cap. 12).
Obediência ao estado, amor e aguardar a vinda de Cristo (cap. 13). Cap 14 até 15.1-13 lida com o assunto da liberdade dos crentes com relação às leis cerimoniais e alimentares. Por fim, os planos de Paulo para retomar à Roma, alertas quanto aos falsos mestres, saudações e doxologia (cap. 15-16).

Fonte: Apostila do “International Bible Institute of London”, por Peter Rowe, PhD.

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